Tudo sobre o escândalo das lojas Americanas
As dívidas estão cotadas
em mais de 40 bilhões de reais e alguns prejuízos são incalculáveis
Entenda o caso
As Lojas Americanas são
uma empresa de capital aberto ela é uma das maiores e mais antigas empresas do setor de varejo do
Brasil. No dia 11 de janeiro, a empresa fez um pronunciamento que estava com “inconsistências
contábeis” avaliadas em 20 bilhões de reais, hoje a dívida já ultrapassa 40
bilhões de reais e o seu valor de mercado na bolsa de valores já caiu mais de
80% causando enormes prejuízos aos seus acionistas.
Do total das dívidas da empresa, R$ 64,8 milhões são
referentes referente à classe trabalhista, enquanto R$ 41 milhões à classe quirografários e R$
109,4 milhões à classe de microempresas e empresas de pequeno porte. O caso da
empresa foi de repercussão mundial por sua relevância na economia do país já
que possui mais de 40 mil funcionários e arrecada R$ 2 bilhões em impostos para
o governo ela tem mais de 150 mil acionistas e 16 mil credores. O professor da USP Leandro Maciel avalia que:
“Ainda
é cedo para mensurarmos os reais impactos. Contudo, uma atenção especial será
dada pelos bancos e instituições financeiras nas operações de financiamento de
varejistas, por uma questão de gestão de riscos e compliance”
A tendência é que os
bancos exijam prazos menores para pagamento de empréstimo e realização de
financiamento, tendo em vista a proteção de capital.
No início desse ano,
veio a público que o balanço das Americanas foi fraudado para aumentar o lucro
e, consequentemente, o valor da empresa. Essa mentira contábil fez com que a
empresa parecesse maior e melhor do que realmente era e os executivos e
acionistas receberam bônus e dividendos como prêmio pelo "excelente"
trabalho.
Em
períodos de alta inflação e acima da meta do Banco Central (BC), o poder de
compra da população diminui. Ao mesmo tempo, para conter as pressões
inflacionárias, as medidas tomadas pelo Banco Central são a elevação da taxa
básica de juros Selic, atualmente em 13,75%. Taxas de juros mais altas
encarecem o processo de crédito e financiamento, afetando a intensidade do
consumo doméstico. Como as empresas mais dependentes do consumo interno, os
varejistas enfrentam dificuldades em condições macroeconômicas difíceis.
Na
ultima quarta-feira (25), a empresa apresentou um pedido de recuperação judicial nos Estados
Unidos. O movimento busca estender
para os ativos nos EUA os efeitos protetivos do processo de recuperação
judicial já aprovado no Brasil.
Entenda o processo de recuperação judicial
Atualmente a justiça
acatou o pedido de recuperação
judicial, essa
medida é uma medida legal para evitar que a empresa quebre e que as dívidas
ativas possam ser pagas em outro período. Outro fator importante da recuperação
judicial é evitar demissões e que fornecedores percam um cliente, que
consumidores percam um serviço ou produto e o que Estado deixe de arrecadar
impostos.
O pedido de recuperação
judicial requer que alguns processos sejam seguidos, são eles:
Pedido – que deve ser realizado pela própria empresa relatando
de forma objetiva e clara os reais motivos da crise.
Interrupção de cobranças – Só poderá ser feita se o juiz concordar com
o pedido de recuperação judicial, neste caso no período de 180 dias os
processos e protestos ficam suspensos.
Administrador judicial – o administrador judicial será nomeado e determinado
pelo juiz que fiscalizará o processo e será a ponte de comunicação com os
fornecedores.
Plano de recuperação – No período máximo de 60 dias a empresa apresenta proposta para negociar dívidas
e manter-se ativa,
Assembleia Geral – Trata-se de uma
importantíssima reunião com os credores para votação da proposta do plano de
recuperação.
Caso o
plano seja aprovado, depois de 2 anos o processo é arquivado. Caso haja
descumprimento do plano os credores podem pedir a falência da empresa e nesse
caso a empresa é leiloada para conseguir pagar aos credores por ordem de
preferência.